EDIÇÃO 2022
EDIÇÃO 2022

Bem-vindos ao Festival Acessa BH!

É uma alegria enorme anunciar a primeira edição do Festival Acessa BH. Foram muitos anos germinando essa sementinha, colocando no papel e planejando até chegar nesse momento de ver sua concretização. A ideia vem desde quando assisti ao meu primeiro espetáculo com recursos de Libras e audiodescrição. Isso foi em Recife, em 2016. Desde então, comecei a pesquisar sobre inclusão e acessibilidade. Foi quando me deparei com os dados alarmantes do Censo de 2010 feito pelo IBGE, que revelou que cerca de 24% da população brasileira tem algum tipo de deficiência, seja ela mais leve ou mais grave. E pensei: onde estão essas pessoas com deficiência, que eu não vejo? Sou produtora e gestora cultural em Minas Gerais há mais de 15 anos, e não vejo as pessoas com deficiência nos palcos, nas equipes de produção e nas plateias. Instigada e intrigada, me questionei sobre o que eu poderia fazer, para dar visibilidade para essas pessoas e ampliar o debate sobre inclusão e acessibilidade.

Foi então que surgiu o projeto Acessa BH, que tem duas frentes:

– O Seminário, com debates sobre inclusão e acessibilidade nas artes que, em 2020, teve sua primeira edição, com cinco debates e duas atrações literárias, de forma totalmente online, contando com mais de 300 participantes, de 20 estados brasileiros e do exterior.

– E o Festival, que trará ao público apresentações artísticas promovendo o protagonismo da pessoa com deficiência em cena. Todos os espetáculos serão disponibilizados com recursos de acessibilidade (Libras, legendas e audiodescrição).

A proposta do Acessa BH é realizar um evento acessível e democrático tanto para o público com deficiência, quanto para artistas e demais profissionais envolvidos, suscitando o debate sobre inclusão e acessibilidade, e como garantir mais autonomia e participação de pessoas com deficiência nas atividades culturais.

Essa primeira edição do Festival será realizada de 01 a 05 de junho. Na curadoria, buscamos espetáculos de grupos e artistas de reconhecimento nacional, de vários estados, e de artistas com diferentes corpos.

A primeira edição do Festival Acessa BH é realizada através da Lei n. 14.017 de 29 de junho de 2020, a Lei Aldir Blanc, um importante instrumento de apoio às artes e aos artistas, nesse período de pandemia.

Convidamos vocês, então, para essa imersão inclusiva e acessível nas artes, através dos espetáculos que serão veiculados em nosso canal do YouTube: www.youtube.com/AcessaBH

Lais Vitral

Corpo Sobre Tela

Marcos Abranches - São Paulo/SP

Duração:
26 minutos
Sinopse

Inspirado na vida e obra do pintor irlandês Francis Bacon, Corpo sobre Tela é um espetáculo de dança que tem a concepção, coreografia e direção de Marcos Abranches. A proposta é conjugar o caráter figurativo, ilustrativo e narrativo que as cores no corpo de Abranches possam codificar. A obra traz para a cena gestos singulares do dançarino que expressam dramaticidade impregnados de cores e sentimentos inquietantes. 

Biografia

Marcos Abranches iniciou sua carreira artística em 2001 com a FAR-15 Cia. de Dança sob a direção de Sandro Borelli. Em 2005, envereda pela carreira independente, criando trabalhos em colaboração com diversos artistas da cena contemporânea. Além das experiências com diretores e coreógrafos brasileiros, trabalhou

com criadores europeus, entre eles Gerda König e Christoph Schlingensief, além do norte-americano Alito Alessi, precursor do Contato Improvisação para pessoas com deficiência nos EUA na década de 1980/90. Participa de inúmeros festivais e mostras de dança no Brasil e no exterior, acumula em sua trajetória independente as seguintes obras: Ciclo de Vida, D…Equilíbrio, Formas de Ver, O Grito, Corpo Sobre Tela, Canto dos Malditos e O Idiota.

Marcos Abranches iniciou sua carreira artística em 2001 com a FAR-15 Cia. de Dança sob a direção de Sandro Borelli. Em 2005, envereda pela carreira independente, criando trabalhos em colaboração com diversos artistas da cena contemporânea. Além das experiências com diretores e coreógrafos brasileiros, trabalhou com criadores europeus, entre eles Gerda König e Christoph Schlingensief, além do norte-americano Alito Alessi, precursor do Contato Improvisação para pessoas com deficiência nos EUA na década de 1980/90. Participa de inúmeros festivais e mostras de dança no Brasil e no exterior, acumula em sua trajetória independente as seguintes obras: Ciclo de Vida, D…Equilíbrio, Formas de Ver, O Grito, Corpo Sobre Tela, Canto dos Malditos e O Idiota.

Ficha técnica

Direção Geral, Artística,
Concepção e Coreografia:
Marcos Abranches
Ambientação Sonora:
Pedro Simples
Operação de Som e Luz:
Pedro Simples
Edição:
Fuzuê Filmes – Edu Luz
Fotos:
Gal Oppido e Eduardo Knapp
Produção:
RADAR CULTURAL Gestão e Projetos
Equipe de produção:
Solange Borelli e Maju Tóffuli

Tradutora e Intérprete
de Libras-Português:
Rosane Lucas
Legendas:
Anita Menezes e Matheus Guimarães
Audiodescrição:
  Roteiro e locução:
  Anita Menezes
  Edição:
  Bianca Dantas
  Consultoria:
  Elizabet Dias de Sá

Motus

Cia Ananda - Belo Horizonte/MG

Duração:
18 minutos

Sinopse

Motus é um projeto de criações coreográficas que entrelaça poema, dança e língua de sinais brasileira – Libras. Nasce do nosso encantamento pelas línguas de sinais, enquanto movimento, e do desejo de explorar experiências artísticas fundadas na diferença. E para isso as transforma numa forma poética de dança, criando uma nova linguagem estética. Para este trabalho, escolhemos o poema Congresso Internacional do Medo, de Carlos Drummond de Andrade, para inspirar o processo de criações coreográficas. O poeta fala do medo. Este medo tão presente, hoje, que nos imobiliza, esteriliza, estanca e engole – seja no plano individual ou coletivo. Por meio desta criação singular, o grupo também discute a questão de racismo, gênero e sexualidade.

Biografia

A Cia Ananda é uma cia fundada no Brasil em 2017 pela dançarina e coreógrafa Anamaria Fernandes, juntamente com 20 outros artistas. A cia promove múltiplas atividades: espetáculos de dança contemporânea, oficinas temáticas, formações, palestras e criações de filmes. Todas essas ações compartilham uma 

abordagem artística comum: a estética da diferença, a estética da diversidade. Através de seu trabalho de criação e oficinas, a Cia Ananda funda sua pesquisa e ações em torno da investigação gestual e vocal, da autoralidade, da noção do encontro, da diversidade, do compartilhamento e da acessibilidade. Ela confere uma atenção especial aos públicos que enfrentam dificuldades de acesso à direitos sociais e culturais fundamentais.

A Cia Ananda é uma cia fundada no Brasil em 2017 pela dançarina e coreógrafa Anamaria Fernandes, juntamente com 20 outros artistas. A cia promove múltiplas atividades: espetáculos de dança contemporânea, oficinas temáticas, formações, palestras e criações de filmes. Todas essas ações compartilham uma abordagem artística comum: a estética da diferença, a estética da diversidade. Através de seu trabalho de criação e oficinas, a Cia Ananda funda sua pesquisa e ações em torno da investigação gestual e vocal, da autoralidade, da noção do encontro, da diversidade, do compartilhamento e da acessibilidade. Ela confere uma atenção especial aos públicos que enfrentam dificuldades de acesso à direitos sociais e culturais fundamentais.

Ficha técnica

Direção artística:
Anamaria Fernandes
Tradução do poema em Libras:
Uziel Ferreira
Elenco:
Carlos Gomes, Eduardo Henrique,
Maxmiler Junio, Oscar Capucho,
Samuel Carvalho e Uziel Ferreira
Artista audiovisual:
Gilberto Goulart
Composição Musical:
David Caldeira
Produção:
Duna Dias, Eduardo Henrique,
Jo Caravelli, Juliana Cancio,
Luana Magalhães e Samuel Carvalho

Legendas:
Anita Menezes e Matheus Guimarães
Legendas:
Anita Menezes e Matheus Guimarães
Audiodescrição:
  Roteiro e locução:
  Anita Menezes
  Edição:
  Bianca Dantas
  Consultoria:
  Elizabet Dias de Sá

Ícaro

Luciano Mallmann - Porto Alegre/RS

Duração:
70 minutos

Sinopse

Ícaro é um monólogo teatral formado por depoimentos ficcionais de pessoas cadeirantes,  construído a partir da visão, experiências e percepções  sobre a deficiência do autor e ator Luciano Mallmann,  que também se tornou um lesado medular ao sofrer um acidente. Ícaro segue a linha teatro documental, misturando realidade e ficção, a partir de temáticas universais como relacionamentos interpessoais, abandono, maternidade e preconceito. Mallmann desdobra-se em 6 histórias,  sendo cada uma delas um depoimento de um personagem que sofreu um determinado tipo lesão medular. Dirigida por Liane Venturella, a encenação de Ícaro é simples, sensível e direta na abordagem da fragilidade humana a qual todos estamos expostos.

Biografia

Luciano Mallmann é um ator e produtor gaúcho, nascido em Cachoeira do Sul. Iniciou sua trajetória em 1993, dirigido por Zé Adão Barbosa, com o espetáculo “O Despertar da Primavera”. No Rio de Janeiro participou dos espetáculos “A Dama Do Cerrado”, direção Mauro Rasi (1996); “Os Duelistas”, direçãoJorge Fernando (2001) e “O Circo Fantástico”, direção Fábio Florentino (2004). Em 2004 sofreu um 

acidente e teve uma lesão medular, passando a usar cadeira de rodas. Voltou a morar em Porto Alegre e em 2011, produziu e atuou no espetáculo “A Mulher Sem Pecado”, de Nelson Rodrigues, dirigido por Caco Coelho. Em 2017 escreveu e produziu o espetáculo Ícaro, onde atua sob a direção de Liane Venturella. O espetáculo já realizou temporadas em Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo e fez parte da programação dos principais festivais de teatro do Brasil. No cinema, Luciano Mallmann atuou nos filmes “Bio”, direção de Carlos Gerbase (2019) e “Divino Amor”, direção de Gabriel Mascaro (2019).

Luciano Mallmann é um ator e produtor gaúcho, nascido em Cachoeira do Sul. Iniciou sua trajetória em 1993, dirigido por Zé Adão Barbosa, com o espetáculo “O Despertar da Primavera”. No Rio de Janeiro participou dos espetáculos “A Dama Do Cerrado”, direção Mauro Rasi (1996); “Os Duelistas”, direçãoJorge Fernando (2001) e “O Circo Fantástico”, direção Fábio Florentino (2004). Em 2004 sofreu um acidente e teve uma lesão medular, passando a usar cadeira de rodas. Voltou a morar em Porto Alegre e em 2011, produziu e atuou no espetáculo “A Mulher Sem Pecado”, de Nelson Rodrigues, dirigido por Caco Coelho. Em 2017 escreveu e produziu o espetáculo Ícaro, onde atua sob a direção de Liane Venturella. O espetáculo já realizou temporadas em Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo e fez parte da programação dos principais festivais de teatro do Brasil. No cinema, Luciano Mallmann atuou nos filmes “Bio”, direção de Carlos Gerbase (2019) e “Divino Amor”, direção de Gabriel Mascaro (2019).

Ficha técnica

Dramaturgia e atuação:
Luciano Mallmann
Direção:
Liane Venturella
Trilha sonora:
Monica Tomasi
Iluminação:
Fabrício Simões
Preparação vocal:
Ligia Motta
Fotógrafos:
Fernanda Chemale
e Renato Domingos
Produção:
Luciano Mallmann

O símbolo do espetáculo foi carinhosamente
criado pelo artista visual Walmor Corrêa
Tradutora e Intérprete de Libras-Português:
Rosane Lucas
Legendas:
Anita Menezes e Matheus Guimarães
Audiodescrição:
  Roteiro e locução:
  Anita Menezes
  Edição:
  Bianca Dantas
  Consultoria:
  vElizabet Dias de Sá

E a cor a gente Imagina

Victor Alves e Oscar Capucho Belo Horizonte/Vespasiano/MG

Duração:
45 minutos

Sinopse

E a cor a gente Imagina fala das diferenças e relações entre o corpo cego e o corpo que enxerga, em um mundo predominantemente visual. O trabalho lança luz sobre aspectos da memória e da imaginação criativa – a despeito de uma intensa privação perceptual – apoiando-se tanto nas atividades cotidianas quanto extraordinárias da pessoa com deficiência visual. Dialogando sobre as perguntas a que o cego é submetido, seja por curiosidade ou preocupação, surgiu o desejo de respondê-las, em forma de movimento e crônica poética.

Biografia

Victor Alves é quem assina a direção do espetáculo E a cor a gente imagina. Artista do corpo versátil e oriundo das danças da Cultura Hip Hop, Vic é idealizador e diretor da Laia Cia. de Danças Urbanas e do Espaço Laia de Danças Urbanas, em Belo Horizonte/Minas Gerais e empreende através da dança, atuando em variados projetos como intérprete dançarino, diretor artístico, produtor e professor.

Oscar Capucho é formado em teatro pela UFMG. Iniciou sua carreira atuando no grupo “Nós Cegos” e, posteriormente, já com experiência, recebeu convites para dirigir trabalhos teatrais. Um curioso pesquisador do movimento, sempre se inspirou na dança, a qual lhe proporcionou diversas experiências com importantes artistas e uma relevante participação na cerimônia de abertura das Paraolimpíadas Rio-2016. Hoje, componente da Cia. Ananda, compartilha sua pesquisa ministrando workshops e residências artísticas pelo Brasil e Europa.

Ambos possuem vivências em dança contemporânea e somaram suas experiências para a construção desse trabalho que é o segundo da dupla. A primeira montagem da dupla foi o espetáculo “Sentidos” em 2015.

Ficha técnica

Direção e Intérprete:
Victor Alves
Dramaturgia e Intérprete:
Oscar Capucho
Produção:
Victor Alves
Foto e vídeo:
Fernanda Abdo
Iluminação:
Edimar Pinto
Trilha Sonora:
Ronilson Silva

Tradutora e Intérprete de Libras-Português:
Rosane Lucas
Legendas:
Anita Menezes e Matheus Guimarães
Audiodescrição:
  Roteiro e locução:
  Anita Menezes
  Edição:
  Bianca Dantas
  Consultoria:
  Elizabet Dias de Sá

Proibido Elefantes

Giradança - Natal/RN

Duração:
55 minutos

Sinopse

Proibido Elefantes é um espetáculo que fala do olhar como via de acesso, porta de entrada e saída de significados. O modo como percebemos a “realidade” é resultante do diálogo que estabelecemos com esta: nosso olhar é constituído pela realidade assim como a realidade é constituída pelo nosso olhar – a construção do sentido transita em via de mão-dupla. O olhar enquanto apreensão subjetiva do mundo é, neste trabalho, apontado como elemento potencializador do sujeito diante do mesmo. Proibir elefantes é restringir o acesso, impedir o livre trânsito do animal que serve como meio de transporte na Índia, mas que causaria enormes transtornos em outras localidades. Proibir elefantes, neste espetáculo, é proibir o olhar que ressalta as limitações, os impedimentos; que duvida da capacidade do sujeito frente à adversidade. Proibir elefantes, aqui, é apostar no olhar do sujeito sobre si e sobre o mundo em que vive como elemento ressignificador e instaurador de realidade.

Biografia

Giradança é uma companhia de dança contemporânea formada por bailarinos com corpos diferenciados que tem como proposta artística ampliar o universo da dança através de uma linguagem própria, voltada para o conceito do corpo como ferramenta de experiências. A companhia, sediada em Natal/RN, foi fundada pelos 

bailarinos Anderson Leão e Roberto Morais, e teve sua estreia nacional na Mostra Arte, Diversidade e Inclusão Sociocultural, realizada no Rio de Janeiro, em maio de 2005 e, desde então, tem apresentado em palcos de todo o Brasil um trabalho que rompe preconceitos, limites pré-estabelecidos e cria novas possibilidades dentro da dança contemporânea. Aliado ao trabalho corpóreo, a companhia usa sua arte para instigar nos espectadores a discussão sobre os limites do corpo, além de desenvolver ações sociais, dentre as quais estão a realização de palestras e oficinas em instituições de ensino e organizações corporativas.

Giradança é uma companhia de dança contemporânea formada por bailarinos com corpos diferenciados que tem como proposta artística ampliar o universo da dança através de uma linguagem própria, voltada para o conceito do corpo como ferramenta de experiências. A companhia, sediada em Natal/RN, foi fundada pelos bailarinos Anderson Leão e Roberto Morais, e teve sua estreia nacional na Mostra Arte, Diversidade e Inclusão Sociocultural, realizada no Rio de Janeiro, em maio de 2005 e, desde então, tem apresentado em palcos de todo o Brasil um trabalho que rompe preconceitos, limites pré-estabelecidos e cria novas possibilidades dentro da dança contemporânea. Aliado ao trabalho corpóreo, a companhia usa sua arte para instigar nos espectadores a discussão sobre os limites do corpo, além de desenvolver ações sociais, dentre as quais estão a realização de palestras e oficinas em instituições de ensino e organizações corporativas.

Ficha técnica

Concepção, Coreografia e Direção:
Clébio Oliveira
Direção Artística:
Alexandre Américo
Assistente de Coreografia:
Álvaro Dantas
Bailarinos/criação:
Álvaro Dantas, Jania Santos,
Joselma Soares, Marconi Araújo,
Iego José e Ana Vieira
Produção Executiva:
Celso Filho
Trilha Sonora Original:
Toni Gregório
Figurino:
Loris Haas
Colaboração:
Daniela Fusaro
Design de Luz:
Ronaldo Costa

Operação de Luz:
Anderson Rodrigo
Fotografia:
Brunno Martins
Imagens:
Estúdio Megafone
Edição:
Samuel Oliveira
Tradutora e Intérprete de Libras-Português:
Mariana Theodoro
Legendas:
Anita Menezes e Matheus Guimarães
Audiodescrição:
  VouSer Acessibilidade
  Roteiro e locução:
  Andreza Nóbrega
  Consultor:
  Milton Carvalho
  Gravação e edição:
  Diogo Lopes

Terminologia e outras dicas

  • Atualmente, o termo adequado para se referir a alguém com deficiência é “pessoa com deficiência”, e não “deficiente”, “pessoa com necessidades especiais” ou “portador de deficiência”. O foco permanece na pessoa, e a deficiência é definida como uma das características dela.
  • Acessibilidade é a possibilidade de uso e acesso do espaço físico, transporte, meios de informação, comunicação e lazer, entre outros, com segurança, autonomia e equidade. Ela pode se traduzir em adaptações do meio físico, na flexibilização e multiplicação de canais de informação e na adequação de normas e metodologias para atender diferentes demandas. Os recursos, dispositivos, técnicas e métodos usados para promover a acessibilidade são chamados de tecnologias assistivas.
  • O lema do Movimento das Pessoas com Deficiência é “Nada sobre nós, sem nós”. Tendo isso em mente, sempre que falar, planejar, promover algo sobre ou para pessoas com deficiência, certifique-se de que elas tenham participação plena e ativa.
  • Ao se referir a pessoas com deficiência, tome cuidado para não usar termos ofensivos, para não tratá-las como incapazes, dignas de pena ou, no extremo oposto, como Super-heróis.
  • É adequado usar o termo “cego” para se referir a alguém com visão mínima ou nula, e “pessoa com baixa visão”, para quem preserva alguma funcionalidade da visão. A pessoa que, além da deficiência visual, também tem deficiência auditiva é chamada de surdocega.
  • Ao iniciar uma conversa com uma pessoa com deficiência visual (DV), sempre se apresente. Mesmo que a pessoa a conheça, não suponha que ela vai necessariamente reconhecer sua voz. Avise antes de se afastar ou de se retirar da conversa, para que a pessoa não fique falando sozinha.
  • Sempre pergunte antes se uma pessoa com DV deseja ser guiada. Se sim, deixe que a pessoa guiada lhe segure o ombro (no caso dela ser significativamente mais alta) ou o braço na altura do cotovelo, de modo que ela esteja sempre um passo atrás de você.
  • Além da bengala (que pode ter diferentes cores, de acordo com o tipo de deficiência) e do Braille, as ferramentas de acessibilidade mais usadas pelas pessoas com DV são os diversos recursos de ampliação e contraste, softwares leitores de tela, recursos táteis e auditivos e a audiodescrição;
  • Clinicamente relacionado à ausência ou perda da audição, o termo “surdez” também tem uma forte conotação sociocultural. As expressões “identidade surda” e “comunidade surda” estão fortemente ligadas ao uso das línguas de sinais. A expressão “surdo-mudo”, porém, não é adequada, pois supõe uma incapacidade física de fala, o que geralmente não corresponde à realidade. Mesmo pessoas com perda auditiva severa ou total podem aprender a falar e a fazer leitura labial. Nesse caso, elas são chamadas de oralizadas, e podem ou não usar também a língua de sinais.
  • O termo correto é “língua” e não “linguagem de sinais”. Assim como as línguas orais, as línguas de sinais são sistemas complexos, com lógicas, normas e processos de desenvolvimento específicos. O alfabeto sinalizado é somente uma forma do sistema se apropriar da língua oral, e constitui sua menor parte.
  • De forma geral, cada país tem (ao menos) uma língua de sinais, que não tem ligação direta com a língua oral da nação. Por exemplo, há enormes diferenças entre a Libras (Língua Brasileira de Sinais) e a Língua Gestual Portuguesa. No Brasil, além da Libras, também temos a Língua de Sinais Ka’apor Brasileira, utilizada pela tribo de mesmo nome, nativa do Maranhão.
  • A expressão “deficiência física/motora” engloba uma enorme variedade de Condições. O termo “cadeirante” é geralmente bem aceito, pelo menos num contexto coloquial.
  • Se estiver conversando com uma pessoa em cadeira de rodas ou com nanismo, procure sentar-se, para manter os olhares no mesmo nível, e evitar que a pessoa permaneça muito tempo com a cabeça erguida.
  • Acessibilidade para pessoas com deficiência física/motora vai muito além das rampas. Seguindo os preceitos do Desenho Universal de simplicidade, flexibilidade e segurança, ela envolve planejar espaços para a entrada e a manobra confortável de cadeira de rodas, prever o alcance e o uso autônomo de dispositivos diversos, considerando as possíveis limitações de força e movimento, entre outras questões.
  • A antiga expressão “deficiência mental”, relacionada a alguma limitação no quociente intelectual e/ou nas habilidades sociais e de autocuidado, foi substituída por “deficiência intelectual”.
  • Não infantilize adolescentes e adultos com deficiência intelectual. Com estimulação precoce e recursos de acessibilidade, esses indivíduos podem desenvolver suas potencialidades e, em alguns casos, levar uma vida independente.
  • O Transtorno do Espectro Autista abrange condições muito diversas que afetam, de algum modo, o desenvolvimento e expressão da linguagem, comunicação e socialização. Pode estar ou não associado à deficiência intelectual.
  • Embora no Brasil os sujeitos no espectro sejam considerados pessoas com deficiência para efeitos legais, não há consenso na definição do Transtorno como um tipo de deficiência.

Daniel Vitral

Lais Vitral

projetoacessabh@gmail.com

acessabh

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